São Paulo – A disparidade entre a demanda e a oferta de profissionais capacitados não é uma preocupação apenas para os recrutadores no Brasil. Globalmente, 34% das empresas admitem que estão enfrentando dificuldades para preencher vagas, conforme revelado por um estudo realizado pelo Manpower Group.
No entanto, essa situação não é motivo para celebração. O Brasil ocupa a segunda posição entre os países mais afetados pela escassez de profissionais qualificados. Aqui, 71% das empresas estão lidando com esse desafio. No Japão, que lidera a lista, a escassez afeta 81% dos empregadores.
Para surpresa de muitos, no Brasil, os engenheiros não são os profissionais mais difíceis de encontrar. Eles ficam atrás dos especialistas altamente qualificados em nível técnico e dos trabalhadores de serviços manuais, como eletricistas, carpinteiros e encanadores, por exemplo.
Nas Américas, os engenheiros ainda ocupam a posição de profissionais mais escassos (aqueles cuja especialização e demanda são tão altas que raramente estão disponíveis no mercado). Em escala global, eles estão na segunda colocação entre os profissionais mais raros. A razão para isso reside no fato de que a educação básica em muitos países ainda deixa a desejar em relação aos currículos voltados para as disciplinas de exatas.
No contexto mundial, o verdadeiro desafio reside na busca por profissionais especializados em trabalhos manuais. O relatório afirma: “O enfoque do sistema educacional universitário, que dura cerca de quatro anos, levou ao declínio dos programas vocacionais e técnicos”. Como resultado, uma nova geração de profissionais focados em atividades manuais não está ingressando adequadamente no mercado de trabalho.